domingo, 19 de dezembro de 2010

Queijo Limiano

Ex.mo Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Municipal, senhores secretários
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima
Ex.mos Senhores Vereadores
Membros da Assembleia Municipal
Senhoras e senhores:

Assunto: Queijo Limiano.

A Câmara de Ponte de Lima anunciou a 29 de Outubro que o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto (TAFP) restituiu ao Município a posse das marcas “Limiano”, naquele que é mais um episódio da chamada “guerra do queijo”.
O senhor Presidente da Câmara Municipal, Sr. Engº Victor Mendes, garantiu à comunicação social que o Município iria exigir à empresa Lacto Ibérica, que entretanto passou a denominar-se Bel Portuguesa, uma indemnização de “alguns milhões de euros”, pela “utilização indevida” de uma marca ao longo de 10 anos, e que iria “exigir responsabilidades políticas” a Vítor Ramalho, ao mesmo tempo que “está disponível” para receber propostas de outras empresas que se queiram instalar no concelho para fabrico do queijo e manteiga “Limiano”.
Em que ponto estão estas exigências, por parte do executivo limiano?

Afinal o PSD limiano tinha razão!
Dissemos na campanha autárquica 2009 "Queijo Limiano é nosso", pois há cerca de dez anos, quando o queijo “Limiano” deixou de ser produzido em Ponte de Lima, foi usurpado aos Limianos o que tem de mais valioso, o seu próprio nome. O que aqui está em causa é o direito ao uso do nome, o respeito pela nossa dignidade, e isso implica benefícios, vantagens, contrapartidas ou indemnizações por parte da empresa produtora e sem essas garantias a luta não pode parar.
Dissemos também que era nosso dever lutar para recuperar o direito ao uso do nome limiano, uma vez que consideramos que não nos podemos conformar com a situação actual e também dissemos que, para além de esforços, queríamos ver resultados.

Nós pegamos no tema quando ninguém acreditava, e muitos dos que estão presentes nesta AM fizeram chacota, contudo consideramos que a resistência por convicções vale sempre a pena.

Concordo que devemos lutar pelas nossas convicções e felicito a CM, bem como o Sr. Eng.º Daniel Campelo por tê-lo feito, contudo considero, tal como na altura considerei, que nem todos os meios usados foram os melhores, considero ainda hoje que nem todos os meios servem para atingirmos os fins, até porque estou convencido que os tribunais não se deixam influenciar por greves nem por “show off”.

Há 10 anos, aquando da batalha do “queijo limiano”, o PSD local esteve na luta desde o início. Eu escrevi um texto, publicado no Jornal de Notícias (Página do Leitor), em 27 de Fevereiro de 2000, com o título “Ponte de Lima quer o que tem o seu nome: «Queijo Limiano»”. Na altura, participamos nas acções, o Presidente da Comissão Política do PSD de então, membro eleito nesta AM, Dr. Pedro Ligeiro, participou em reuniões com o Secretário de Estado, porém, convém realçar, estivemos sempre contra a greve de fome.

Hoje, a concelhia do PSD de Ponte de Lima, por intermédio do seu presidente, membro eleito nesta AM, Eng.º Manuel Barros, considerou que o PSD “sempre defendeu na sua acção política o recurso aos tribunais para impedir que as marcas ligadas a este produto emblemático fossem retiradas aos limianos” e como tal espera agora “que a Câmara Municipal promova, o mais brevemente possível, um conjunto de iniciativas com agricultores, cooperativas agrícolas e empresários locais, no sentido de se criarem sinergias para instalar novamente em Ponte de Lima uma unidade fabril de produção e comercialização deste produto”.

Face ao exposto, tal como o PSD disse na última campanha autárquica, sobre a liderança do agora vereador Filipe Viana, urge recriar o Queijo Limiano, incentivando à implementação de uma nova fábrica.
É importante conseguirmos fazer regressar ao concelho a produção do Queijo Limiano.

Para terminar, usando as palavras de Manuel Serrão, no passado dia 3 de Novembro, “Saudar a vitória do Município de Ponte de Lima neste caso é apoiar implicitamente todos os portugueses, autarquias, instituições, confrarias e associações locais que dedicam a sua vida, ou parte dela, a actividades em prol da afirmação e certificação da genuinidade e qualidade dos seus produtos tradicionais”, daí eu considerar importante defender as denominações de origem e os produtos locais, de modo a todos juntos podermos conseguir promover uma política de rendimento para as comunidades rurais.
Afinal o PSD limiano tinha razão!

A todos desejo os melhores êxitos pessoais, profissionais e políticos.
Bem hajam! Um santo Natal e um Feliz Ano Novo.

Ponte de Lima, 18 de Dezembro de 2010

O membro eleito pelo PSD

José Nuno Torres Magalhães Vieira de Araújo