Este processo surgiu como uma
oportunidade dos adultos verem certificadas competências. Trata-se de um processo
iniciado em 2001, que conduziu os adultos à reflexão e a reconhecer a
importância da formação. Neste momento, anuncia-se o seu fim, o que é
compreendido e comummente aceite, uma vez que a sua intenção primordial foi dar
uma nova oportunidade àqueles que abandonaram a escolaridade, não lhes tendo sido
possível obter mais certificação escolar, e 12 anos (de 2001 a 2013) é
justamente considerado tempo suficiente para o efeito.
Este processo denominado por
RVCC (reconhecimento, validação e certificação de competências) assentou bem no
perfil de muitos adultos. Muitos portugueses sentiram-se de novo convocados e
novamente incluídos na sociedade. Tratou-se, sem dúvida, de uma questão de
justiça social, pois muitos adultos deixaram a escola na sua infância,
essencialmente por dois motivos, ou por dificuldades económicas das suas
famílias, ou por opção própria da idade e da época para trabalhar e ganhar
alguma independência, sendo que lhes foi dada, nos últimos anos, uma nova e
merecida oportunidade.
Com este processo muitas
pessoas sentiram-se enriquecidas, reconhecidas, renascidas e valorizadas. O
processo permitiu o envolvimento de vários membros da mesma família e serviu
ainda para os mais jovens (filhos) se sentirem mais motivados em relação à
necessidade de estudar, dado que muitos adultos reconheceram o valor da
formação, foram conduzidos para uma escolaridade mais formal atendendo às
ofertas formativas, e assumiram, em muitas sessões públicas de júri de
validação, um compromisso para o futuro em termos de formação.
Nesta perspetiva, o RVCC surgiu
como um ponto de partida para uma mudança de atitudes e de comportamentos. Este
processo não pode ser considerado um ponto de chegada, mas antes deverá ser
visto como um ponto de partida, uma vez que, depois da aprendizagem
experiencial e de serem reconhecidas as competências, os adultos devem investir
na formação, sendo certo que esta torna-nos diferentes, mais capazes e com
melhores soluções para resolver os problemas que nos vão surgindo no dia-a-dia.
A larga maioria que esteve no
processo alcançou o objetivo a que se propôs - obter o 6º, 9º e/ou 12º anos -,
por isso pode afirmar-se que os adultos portaram-se bem e foram capazes, contudo
há que continuar o caminho da formação, sabendo que uma pessoa certificada, tal
como uma empresa certificada, estará sempre mais segura e mais perto do sucesso.
Como é frequente afirmar-se
“raramente surgem duas oportunidades”, porém, os adultos aproveitaram esta e
fizeram bem, mas NADA PODE SER COMO DANTES, daí exigir-se que o investimento
feito neste processo tenha retorno e este só existirá se os adultos se
mantiverem no caminho da formação, que deve ser contínua.