PPT 1 – estrutura da intervenção:
1.
O Poder Local
2.
A importância da formação
3.
Orçamento Participativo
4.
Cortes na despesa do estado
5.
Democracia e Liberdade
PPT 2 – o poder local
1.
O Poder Local:
Nas
primeiras 4 décadas da democracia que vivemos, esta tem-se degradado e os
cidadãos cada vez mais afastam-se dos eleitos e das eleições, sendo, nesta
matéria, o poder local uma exceção, uma vez que é aquela onde mais participam
os eleitores.
Certos
de que a proximidade reforça a participação e a exigência, é essencial dar um
novo sentido à política, pois se há 40 anos conseguimos a democracia, hoje é
nosso dever cívico participar nela mais ativamente.
Portugal
é hoje considerado um dos países mais centralistas da Europa, pelo que é
necessário valorizar o poder local.
De
acordo com Paulo Júlio (secretário de estado deste governo e ex presidente da
CM de Penela, in “Crónicas de uma autarca”), o poder local contém cerca de 10% da despesa pública total do estado e
consegue gerar cerca de 50% do investimento público, havendo a considerar
vários desafios:
1.
O associativismo intermunicipal
(favorecendo o “serviço público”, nomeadamente “na gestão de equipamentos”, “na
definição de linhas estratégicas territoriais” no âmbito do turismo, “na
identificação de sectores estratégicos (…), como a floresta ou a agricultura”;
2.
A valorização do território, do
património natural, histórico e cultural (conduzindo a um novo conceito de
políticas);
3.
O emprego (através da “identificação
dos sectores estratégicos em cada sub região” e da “criação de uma rede de
pequenas estruturas de alojamento de empresas”);
4.
A transparência (através da utilização
de suportes tecnológicos e da modernização administrativa).
5.
A educação (através da criação de um
projeto educativo concelhio, de modo a que, progressivamente, possamos
conseguir que a formação e a educação sejam cada vez mais descentralizadas);
- Sobre esta matéria, permitam-me
referir que por mais do que uma vez, defendi na Assembleia Municipal, de que
fiz parte, que considerava útil para este Concelho, como para qualquer outra
autarquia, desenvolver um Projecto
Educativo Concelhio, onde estivessem
englobadas todas as escolas de um concelho, desde o ensino pré-primário ao
ensino secundário, passando pela abordagem o mais comum e próxima possíveis
no que diz respeito aos seguintes itens: transportes, visitas de estudo, início
e termo das actividades curriculares, atividades comemoradas em todas as
escolas num mesmo dia, regulamento interno e procedimento disciplinar,
critérios de avaliação, o mais aproximado possível em todas as escolas do
concelho.
Um projeto desta natureza
favoreceria um trabalho colaborativo e cooperatico interescolas, sendo que os
professores ficariam com mais tempo para aquilo que mais gostam e sabem fazer:
preparar e dar aulas.
Sem
esquecer estes 5 desafios (1. associativismo intermunicipal; 2. valorização do
território; 3. O emprego; 4. a transparência; 5. a educação), creio que a finalidade primordial para o
desenvolvimento de um município deve centrar-se na Natureza, no Turismo e na
Coesão Social.
Nos nossos concelhos, consideramos ser urgente renovar as prioridades da nossa política, dando-se maior atenção às necessidades das populações locais, passando essencialmente pelo seguinte:
i) investir nas freguesias, atribuindo mais autonomia com verbas às respetivas juntas, de modo a serem vistas como organizações autónomas;
ii) fazer um investimento sério e digno na educação, no desporto e na saúde;
iii) apoiar efetivamente a cultura, nomeadamente o folclore e as romarias;
iv) executar obras públicas, como o abastecimento a a salubridade públicas, o saneamento básico e as redes de comunicação;
v) promover a ação social no que diz respeito à proteção à criança e à terceira idade;
vi) garantir a segurança dos cidadãos, prevenindo e agindo conforme as normas da proteção civil;
vii) defender o meio ambiente a qualidade de vida;
Numa palavra, gerir, com qualidade, o espaço público.
Não podemos pactuar com "pseudodemocracias" manipuladas!
.
No poder local, os políticos podem fazer tudo aquilo que entenderem, podem
fazer tudo (pode fazer-se tudo e sobra tempo); é uma questão de opção política.
Disto estou certo, tendo em conta o orçamento de que dispõem. Como
justificam tantas rotundas, tanto betão, tanta obra feita e refeita no mesmo
local anos atrás anos? Como justificam serem sempre as mesmas localidades, ou, se preferirem, as mesmas prioridades?
Urge dar valor e autonomia às
freguesias (agora associações de freguesias)! Estas devem ser organizações
autónomas, que se justifiquem em si mesmas pela sua maior aptidão na realização
de determinados interesses das populações que representam; não devem ser
“simples câmaras de ressonância” dependentes de um executivo camarário.
Urge uma verdadeira participação no
exercício da cidadania, o que implica um envolvimento de cada cidadão na vida local,
de modo a garantir transparência na gestão e uma verdadeira fiscalização do
exercício do poder.
Ao falar-se em poder local, consideramos que o mais importante é o
respeito pelas opções da maioria. Só é pena que, na prática, os que se
dizem democratas, não respeitem as regras da democracia e as diferentes
posições partidárias. Como justificam fazer uma obra, desrespeitando uma
aprovação por maioria da respetiva Assembleia Municipal? (recordo as recentes
obras no areal!) Como justificam fazer-se uma obra num determinado local e
passado pouco tempo, voltar a fazer-se outra no mesmo sítio e com idêntica
finalidade? (recordo obra na Avenida António Feijó!) Eu repito: no poder local,
os políticos podem fazer tudo aquilo que entenderem, pode fazer-se tudo e sobra
tempo. É uma questão
de opção política.
Sabia que:
1. A Taxa de Empregabilidade
ligada a um município ultrapassa os 60%?
Ao
depararmo-nos com este número, facilmente reconhecemos a influência de quem
gere os nossos destinos (o poder) e a dependência de quem os serve (a maioria
da população).
De
acordo com Paulo Morais (Prof. Universitário e amigo de PTL, in “Da corrupção à
crise, que fazer?”), “Esta situação torna-se particularmente grave nos
municípios mais pequenos (…) Nesses locais, o presidente da Câmara domina quase
exclusivamente o mercado de emprego, desde a sua obtenção à progressão, porque
a autarquia é o maior empregador no concelho. Logo a seguir, vem a misericórdia
local ou alguma outra instituição de solidariedade, que actua em grande proximidade
com o poder autárquico”.
Sabia
que:
2. Cada município recebe 1.000
por cada cidadão residente?
Segundo
Paulo Morais, numa outra página deste seu livro, refere que “Cada português
paga em média cerca de mil euros por ano de impostos para a sua autarquia, ou
seja, quatro mil euros por uma família de comum dimensão. E para quê?” Pergunta
o Sr. Professor e perguntamos nós!
Ao
depararmo-nos com este número, dificilmente reconhecemos para onde vai o nosso
dinheiro.
PPT 3 – nas palavras de Miguel Torga
Perante tudo isto, somos, nas palavras de Miguel Torga, "uma colectividade pacífica de revoltados".
E o que fazer? Aceitar tudo de forma resignada?
«É um fenómeno
curioso: o país ergue-se indignado, moureja o diainteiro indignado, come, bebe
e diverte-se indignado, mas não passa disto. Falta-lhe o romantismo cívico da
agressão. Somos, socialmente,uma
colectividade pacífica de revoltados.» Miguel Torga (1907-1995)
PPT 4 – o que podemos fazer?
Ou melhor, o que podemos nós fazer para contrariar o nosso mau estar, a nossa revolta?
Seguindo a pergunta do cartaz de divulgação deste colóquio:
Poder Local, PARA QUE
TE QUERO?
4 respostas:
1.
investir
na formação;
2.
participar
ativamente na sociedade;
3.
proceder
a cortes sérios e verdadeiros na despesa do estado;
4.
agir
em democracia e liberdade.
PPT 5 – resposta 1
Resposta 1: sentir a importância da formação
Embora se saiba que a educação, por si
só, não gera empregos, é crucial ter-se consciência de que a escola e/ou os estudos são fundamentais para todos os cidadãos,
nomeadamente porque:
i) favorece
o desenvolvimento pessoal e consequentes dinâmicas de participação social
cívica, política e cultural, produzindo, deste modo, aquisições significativas
em diversos domínios de organização da vida social;
ii) proporciona
melhores condições de integração social, de bem-estar social, de qualidade de
vida, de tolerância social, de maior segurança, de ambiente de inovação;
iii) diminui
significativamente o risco e duração do desemprego e faz aumentar as
probabilidades de reinserção no mercado de trabalho, garantindo uma maior
estabilidade profissional;
iv) faculta trajetos de mobilidade
ascendente, tendo em conta a empregabilidade.
Toda a sociedade e particularmente os
mais jovens devem sentir estes motivos como válidos para um futuro melhor e com
mais qualidade de vida, pelo que as escolas, as famílias e a própria
comunicação social têm obrigação de saber transmitir que vale a pena estudar, mesmo sabendo que para estudar é preciso ter vontade de aprender, muito esforço,
paciência, serenidade e trabalho.
Esta mensagem tem que ser divulgada e todos somos responsáveis por conseguir ampliá-la.
Sabia que:
1. Temos que valorizar a Formação, pois a falta de informação e a falta de habilitações facilita o abuso do poder, daí o
ditado popular “No meio de cegos, quem tem um olho é rei”?
Quem estiver mais bem
informado, quem tiver mais formação, terá, forçosamente, maior capacidade de
resposta, terá maior capacidade de se defender, terá, forçosamente, maior
capacidade de dar a volta por cima, terá mais e melhores argumentos.
Sabia
que:
2.
Urge exigir transparência na gestão,
pois uma gestão transparente do orçamento da autarquia é fundamental para a
confiança das pessoas?
Não
somos nós, cidadãos comuns, que temos de pedir, são eles que têm de nos servir.
Ao gerir o que é de todos nós, resta-lhes mostrar serviço e dar explicações.
Recordando
outro ditado popular “quem não deve, não teme”, importa salientar que a
transparência na gestão é fundamental, não só para a confiança das pessoas, mas
também para o bem estar em termos de consciência de quem está a servir e esta
forma de estar gera confiança e empreendedorismo.
PPT 6 – nas palavras de Sá Carneiro
“A
transparência e honestidade da Administração Pública têm de se traduzir num
firme combate a todas as formas de corrupção e numa prática quotidiana sóbria e
digna.” Francisco Sá Carneiro
Não há que temer! Há que agir e exigir.
O que podemos nós fazer para contrariar o nosso mau estar, a nossa revolta?
PPT 7 – resposta 2
Resposta 2: participar ativamente na sociedade.
Todos somos chamados a participar e todos fazemos falta.
Refere o já citado Paulo Júlio (op.cit.), "Um desafio enorme para a democracia em Portugal é a execução de orçamentos com a participação ativa dos cidadãos, fomentando a qualidade da democracia".
Estima-se que em Portugal encontram-se em curso aproximadamente 25 experiências.
A prática do OP suscitou uma série de debates sobre as possibilidades de um aprofundamento democrático nas relações entre a sociedade e o Estado, isto é, um novo modelo de gestão dos recursos públicos.
PPT 8 – palavras de Sá Carneiro
"A intervenção
activa é a única possibilidade que temos de tentar passar do isolamento das
nossas ideias e das teorias das nossas palavras à realidade da actuação prática
(…). Trata-se, portanto, de um
direito e de um dever que nos assiste como simples cidadãos." Francisco Sá
Carneiro
Entende-se por OP as práticas
que incorporam a participação popular nas discussões e decisões em torno
do orçamento municipal.
Trata-se de um mecanismo de democracia
participativa que permite aos cidadãos decidirem sobre a aplicação de uma parte
do orçamento municipal.
O executivo disponibiliza uma parte do
orçamento de investimento e convida todos os cidadãos a identificar, debater e
priorizar projectos estruturais, inseridos nas competências da CM, destinados
ao bem-estar colectivo dos cidadãos do respectivo concelho.
No âmbito do OP, a CM disponibilizaria
uma determinada quantia do seu orçamento. A título de exemplo, com o intuito de
garantir a concretização de um maior número de projectos, a CM disponibilizaria
300 mil euros por cada iniciativa.
Os cidadãos poderiam participar na fase
de discussão e apresentação de propostas, em sessões de participação pública, e
também na fase de votação dos projectos finalistas. Estes seriam submetidos à
avaliação da equipa técnica da autarquia e após a respetiva validação seriam
colocadas à votação do público, devendo o projeto mais votado ser concretizado
pela autarquia para garantir credibilidade ao processo.
Tratar-se-ia de uma política de
proximidade e de maior envolvimento das pessoas, de transparência e de
compromisso, diferente da política de chapéu na mão e de decisão unilateral.
Com a prática de OP, a sociedade civil
passaria a ocupar espaços que antes lhe eram "furtados".
Creio que, também aqui, em PL ficaria
bem assumir esta forma de gerir.
O vereador, Dr. Filipe Viana, tem
mencionado muitas vezes nas reuniões de CM a pertinência deste projecto e tem
feito constantemente um apelo a um OP.
Em suma:
1. Participação ativa dos cidadãos com
projetos de interesse público;
2.
Distribuição de verbas e competências
pelas freguesias.
3.
Participação ativa em reuniões de CM,
AM, AF!
Quem de nós se disponibiliza para
o fazer?
Nesta matéria, há que reconhecer, devo dizer "Obrigado Dr. Filipe Viana".
Bem haja pela iniciativa e pelo despertar de uma população.
O que podemos nós fazer para contrariar o nosso mau estar, a nossa revolta?
PPT 9 – resposta 3
Não a cortes nas pessoas, nos contribuintes!
Proceder a cortes naquilo que é acessório, e não naquilo que é
essencial para as pessoas.
Numa época em que a todos preocupa o défice do país, na sequência da má gestão de que tem sido alvo, sobretudo nos últimos anos, urge repensar as estruturas administrativas do território.
Certamente todos estamos de acordo que
existe demasiada despesa nas contas do estado, pelo que este terá que assumir
as suas responsabilidades sem ferir constantemente o contribuinte.
Apresento. de seguida, algumas medidas concretas, no âmbito do poder local, para reduzir a despesa do estado:
1. Repensar as estruturas administrativas
do território de modo a reduzir o número de Câmaras Municipais, Assembleias
Municipais, Juntas e Assembleias de Freguesia. (A título de exemplo, passar o
distrito de Viana do Castelo de 10 para 6 municípios).
2.
Reduzir para metade o número de
eleitos nas Assembleias Municipais.
3.
Acabar com o pagamento de deslocações
para os membros das Assembleias Municipais, Juntas e Assembleias de Freguesia.
4.
Acabar com as empresas Municipais, que
dão prejuízo.
5.
Permitir que cada cidadão tenha um
benefício fiscal (por muito pouco que possa ser!) por declarar todos os bens e
serviços que adquira, de modo a combater a economia paralela. Qual será a
motivação que leva discriminar alguns bens e serviços? Porquê apenas reparações
de automóveis e/ou motociclos? Restauração e Alojamento? E Cabeleireiros?
Mas, porque não, todos os bens e serviços?
No que diz respeito à administração, também todos os
portugueses estão de acordo que existem, ainda, Juntas de Freguesia e Câmaras
Municipais a mais (308 municípios e, agora, 3091 freguesias, menos 1166 do que
as que havia muito recentemente).
Na minha opinião, perdeu-se tempo! Fez-se de conta que se fez uma reorganização administrativa! Perdeu-se uma grande oportunidade!
Contudo, por isso, insisto na partilha desta necessidade, consciente que o processo de redução de freguesia terá que continuar e que não há outro caminho.
PPT 10 – reorganização administrativa
PL
Consciente que Urge Mudar e esta
reforma é necessária, apresentei em outubro de 2011 uma proposta para o
concelho de Ponte de Lima, um município com
320,26 km² de área e 43 498 habitantes (2011), que passaria de 51 para 15 freguesias.
Passaram de 51 para 39 associações de freguesias!
Esta proposta foi feita após uma
análise do mapa territorial do concelho de Ponte de Lima, tendo em conta a proximidade
das freguesias, as suas afinidades e as principais vias de comunicação. Para
garantir um equilíbrio em termos demográficos, estabeleci como valor mínimo,
para cada agrupamento de freguesias, o número de 2300 habitantes.
Para o concelho, atendendo à densidade
populacional local, às afinidades culturais e históricas, bem como ao seu
enquadramento geográfico, o ideal seria, na minha modesta opinião, a
constituição de 15 agrupamentos de freguesias.
Sensivelmente na mesma altura, o Sr.
Eng.º Daniel Campelo, ex presidente da CM deste município, apresentou uma
proposta que remetia para cerca de 18 freguesias.
O número em si pouco importa (12, 15,
18, 20!). Importa é reduzir significativamente o número e freguesias, com
critérios transparentes e entendidos por todos, isto é, com o envolvimento das
pessoas.
No concelho da Maia, passaram de 17
para 10 freguesias, de uma forma serena.
A Maia é uma cidade e concelho português no Distrito do Porto, Região Norte e sub-região do Grande Porto,
com 135 306 habitantes. É sede de um município com
83,14 km² de área, subdividida em 10 freguesias.
Em Portugal, fruto da reforma
administrativa nacional no âmbito da agregação de freguesias, passamos de 4257
freguesias para 3091, ou seja, repito, apenas menos 1166.
PPT 11 – reorganização administrativa
Municípios
Na atual divisão principal do país, o distrito de Viana do Castelo faz parte da
Região Norte, sendo que constitui a subregião do Minho-Lima e é o mais pequeno,
com 2 255 km², e o que tem o menor número de municípios em Portugal.
Tendo em conta o número de deputados
que elege no seu círculo eleitoral, ocupa o 11º lugar entre 18 distritos,
garantindo a eleição de apenas 6 num universo de 230 deputados na Assembleia da
República.
Considerando que deve proceder-se a uma
reforma administrativa, tendo em conta o mapa territorial e dada a mobilidade
existente nos nossos dias, apresentei em julho de 2010 uma sugestão para o
distrito de Viana do Castelo, com base, essencialmente, em quatro critérios:
densidade populacional, proximidade geográfica, área territorial e actividade
económica.
Este distrito, atualmente subdividido
em 10 municípios, de acordo com os critérios mencionados, ficaria mais
equilibrado e mais competitivo com a redução do número de Câmaras Municipais,
passando a estar agrupadas, a título de exemplo, em 6 concelhos, a saber:
1.
Viana do Castelo;
2.
Ponte de Lima;
3.
Arcos de Valdevez e Ponte da Barca;
4.
Caminha e Vila Nova de Cerveira;
5.
Valença e Paredes de Coura;
6.
Monção e Melgaço.
Desta forma, nenhuma autarquia do
distrito teria menos de 20.000 munícipes, o que acontece em 7 dos atuais 10
municípios e nenhuma autarquia teria menos de 200 km², o que, neste momento,
acontece com 6.
Sem dúvida, esta reorganização
melhoraria, a competitividade, facilitaria a comunicação e o envolvimento
social.
Continuo a considerar que esta sugestão
poderá servir como ponto de partida para uma discussão que se considera
essencial para o desenvolvimento sustentado do distrito de Viana do Castelo.
Muitos falam em surdina e pensam na
necessidade desta reorganização administrativa do território, porém, poucos são
aqueles que assumem propostas concretas e que assumem a necessidade de serem revistas
as estruturas administrativas do nosso país.
A capital do distrito – Viana do
Castelo - é algo que a todos nos une. Une-nos na identificação de um distrito, reconhecido
por todos os portugueses, como um dos mais belos de Portugal. Continuemos a
festejar cada uma das nossas “terras”, mas é tempo de dar o salto e juntar as
mãos em prol de um distrito e de um país mais desenvolvidos.
Cada um de nós, sem perder a sua identidade, deve preservar o seu
“bairrismo”, mas, simultaneamente, tem que contribuir para o sucesso de um concelho,
de um distrito e de um país mais empreendedores, de modo a obtermos mais qualidade de
vida.
Das duas, uma: ou ficamos estagnados, ou damos um passo em frente. Para poder
competir, só temos mesmo que nos unir!
Devemos olhar mais para aquilo que nos
une do que centrar as nossas atenções naquilo que nos divide ou separa.
Apela-se, desta forma, a uma junção de sinergias em prol do bem comum.
PPT 12 – nas palavras de José Régio
De qualquer modo, como refere José
Régio, “Não sei por onde vou, / Não sei para onde vou / Sei que não vou por aí!”.
"Vem por
aqui"
(…)
Não sei por onde
vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!”
Cântico Negro, José Régio
Neste
caso, sei que não vou pelos caminhos que atualmente têm traçado.
O que podemos nós fazer para contrariar o nosso mau estar, a nossa revolta?
PPT 13 – resposta 4
Mais um ano após o 25 de Abril é
pertinente recordar que, sendo um ideal e nunca se encontrando o ser humano
satisfeito com o que tem, a democracia
não passa de uma exigência da perfeição. Numa palavra, a base da democracia
reside na igualdade dos cidadãos, uma vez que todos os cidadãos nascem livres e
iguais em direitos, e no respeito pela liberdade. Esta representa a faculdade
que o homem tem de agir ou não, de atuar de uma maneira ou de outra, e pela
qual assume a responsabilidade dos seus
atos.
Só é livre quem tem capacidade de
escolha. Cada um de nós, num estado de
direito democrático, deve: fazer as suas escolhas, ter opiniões
fundamentadas e espírito crítico, e optar por uma determinada linha ideológica,
ou mesmo, por um partido político legalmente instituído.
Ser cidadão implica ter deveres e
direitos. Há deveres cívicos como votar,
pagar, defender. Votando, temos o direito de exigir a quem foi eleito que
corresponda com as promessas que fez; pagando, temos direito a maior segurança
e a utilizar os bens públicos, como escolas, hospitais, tribunais e outros;
defendendo, temos direito à nossa autodeterminação.
Deveres e Direitos estão intimamente
ligados entre si, ou seja, tenho deveres para poder exigir os meus direitos e
só tenho direitos se cumprir com os meus deveres. A esta coexistência entre
direitos e deveres, deve corresponder a responsabilidade.
Em democracia a liberdade exige responsabilidade e a democracia
sem a liberdade é frágil.
Sem esquecer o passado, mas não é nele
nem em função dele que vivemos, convém no momento presente começar a construir
o futuro. A nossa esperança renascida, numa democracia de escolhas livres,
leva-me a apelar: a um tempo de
convicções pelas quais valha a pena lutar, leva-me a apostar num desenvolvimento humanizado,
restituindo à política a nobreza da sua função enquanto instrumento ao serviço
da vida, leva-me a pedir aos políticos em geral e a todos nós em especial que não esqueçamos o nosso dever de servir e
não de ser servidos. É esta imagem de seriedade e de missão que nem sempre
está presente naqueles que têm responsabilidades de governo e de gestão.
A arma da democracia consiste em ter vigor na denúncia e
acreditarmos na ideologia. Denunciar tudo o que não siga as normas da
coerência, honestidade, seriedade e carácter políticos, bem como acreditar
poder viver onde todos decidem como se fossem um todo no interesse de todos,
devem fazer parte das nossas prioridades.
Diminuir as funções do Estado e
aumentar as funções da sociedade civil, são as grandes linhas orientadoras da
atualidade. Daí considerar premente a necessidade das privatizações, da
descentralização, do reforço do poder autárquico.
Para reforçar o poder local é necessário estarmos atentos:
. a práticas que prejudicam a democracia: a política do chapéu na mão exisite, poruqe há falta de gestão transparente. Temos que dizer claramente Não à política de se és meu, terás; se não és meu, terás de ser para ter; se continuas sem ser meu ou sem estar do meu lado, nada terás.
. a matérias que merecem denúncia: a falta de denúncia
leva à corrupção ativa e passiva; como é possível aceitar pacificamente ou
achar normal que um vereador fique com uma quota / percentagem numa determinada
obra? Como é possível aceitar pacificamente e achar normal que eles (os que
estão no exercício do poder) é que sabem e demitirmo-nos do processo?
PPT 14 – nas palavras de Sá Carneiro
"Saber estar e romper a tempo, correr os riscos da adesão e da renúncia,
pôr a sinceridade das posições acima dos interesses pessoais, isto é a política
que vale a pena." Francisco Sá Carneiro (1934-1980)
PPT 15 – nas palavras de Fernando
Pessoa
“Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(…)
Ó Portugal, hoje és
nevoeiro...
É a Hora!”
Nevoeiro, Fernando
Pessoa
É a hora de dizer basta! É a hora da
denúncia! É a hora de não baixar os braços! É a hora de seguir em frente! É a
hora de defendermos as nossas convicções!
É a hora de nos unirmos no essencial!
Assistimos, impávidos e serenos, por
Portugal inteiro, à primeira leva de uma geração de políticos profissionais e
isto, em nada, beneficia a democracia.
Este estado de sítio e de fazer
política traz-nos o “nevoeiro”, mas nós não podemos permitir que tal aconteça,
por isso temos que gritar: É a hora!
Temos que agir, temos que acreditar num
tempo novo, numa vida nova. Temos que ter uma nova esperança.
SERVIR É UMA ARTE SUPERIOR!
Que perdure a esperança e a cidadania
para o bem de Ponte de Lima.