domingo, 30 de setembro de 2012

Assembleia Municipal de Ponte de Lima, 29 de setembro de 2012

e) Discussão e votação da "Proposta de reorganização administrativa das freguesias do concelho de Ponte de Lima".

Tornei público em 6 de Outubro de 2011 uma proposta concreta que apontava para 15 freguesias http://opiniofirma.blogspot.pt/2011/10/ponte-de-lima-com-15-freguesias.html. Recordo que quando eu sugeri 15, nessa altura o agora secretário de estado Eng.º Daniel Campelo apontou para 19, o que fica muito aquém das 39 propostas pela Câmara Municipal.

Creio que a proposta da Câmara Municipal, que aponta para 39 freguesias, podia e deveria ir muito mais longe. Creio que Ponte de Lima deveria ir mais longe na aplicação desta reforma administrativa, não só com o argumento de que, de facto, é uma reforma necessária e importante para o país, mas também para dar exemplo, como única CM do PP, de que de facto apoia as reformas deste governo de coligação.

j) Discussão e aprovação do “Proposta de aquisição de dois prédios rústicos localizados na freguesia de Arca, para instalação do Parque da Vila / Área de Lazer”.

Começo por ler um excerto da ata da AM de Ponte de Lima, 26 de fevereiro de 2010:
“Seguiu-se a votação do «Projecto de Localização do Centro Educativo de Ponte de Lima e Parque Urbano / Área de Lazer com vista à obtenção de Declaração de Interesse Público Municipal e de Declaração de Imprescindível Utilidade Pública». Este ponto foi aprovado por maioria, com quatro cotos contra e quatro abstenções”

Anexo Doc 19 a essa ata - Declaração de voto, alínea I: “Voto contra, dado o ónus que incide sobre o terreno”. Assinaram, os membros eleitos José Nuno Araújo e Paulo Morais.
Nessa AM a CDU também declarou votar contra (cf. doc. 23): “Posto isto a CDU entende que existe muita nebulosidade (parecendo-nos existir grande gato escondido com rabo de fora) na justificação de todo este processo”.

Hoje, 29 de setembro de 2012, surge o seguinte ponto na ordem de trabalhos: “Discussão e aprovação do “Proposta de aquisição de dois prédios rústicos localizados na freguesia de Arca, para instalação do Parque da Vila / Área de Lazer”.

Em causa está o valor de 690.000 euros, ou seja, 15 euros o m2.
Trata-se de um valor muito alto para um terreno que está preso durante 19 anos.
Trata-se de um terreno que terá sido comprado por alegadamente um peço muito inferior, alegadamente entre 400.00 a 500.000 euros e a CM está disponível para o comprar por um por um valor muito superior, ou seja, a CM pretende comprar por um preço muito mais elevado!

Mas vamos por partes:

  1. Uma empresa de construção comprou o terreno para fazer loteamento e quando começaram a lotear deitaram abaixo sobreiros (De referir que os sobreiros e o PP sempre tiveram uma relação muito próxima...).
“A Norte existe uma mata de Pinus pinea (pinheiros mansos) muito interessante a qual se pretende requalificar, a Sul da mata localiza-se um terreno com Quercus suber (sobreiros) que se encontra numa situação de abandono, devido ao facto de se encontrar embargado”, refere a memória descritiva apresentada a esta AM.
 
  1. A CM quis comprar o terreno para uma Escola (Centro Educativo de Ponte de Lima, mas o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça não permitiu que se fizesse a obra, nem tão pouco “qualquer operação relacionada com edificações, obras de construção, obras de urbanização, loteamentos e trabalhos de remodelação dos mesmos, durante um período de 25 anos”, isto é, neste momento faltam 19 anos. Numa palavra, trata-se de um terreno que não dá para construir.
  2. A CM quer, agora, comprar o mesmo terreno para uma zona de lazer por 15 euros o m2. Trata-se de um terreno que não tem infra-estruturas.

Contudo, mesmo assim, o verdadeiro problema e o que é estranho não é a compra, mas é sobretudo o preço, pois é muito caro nos tempos que correm.
O que está em causa não é o fim a que se destina o terreno, mas o seu elevado custo no atual contexto de crise em que vivemos.

Em suma, trata-se de uma verdadeira forma de delapidar o erário público, por isso não devemos pactuar com este tipo de situações.

Este projeto, pelo que foi apresentado, é um projeto à Sócrates! Um projeto verdadeiramente megalómano!
Mas, mesmo assim, se o preço a pagar pela CM for o mesmo por que foi vendido, eu poderei votar a favor, caso contrário, nem pensar.

sábado, 15 de setembro de 2012

Questões de Educação

Durante este verão os professores foram confrontados com bastantes alterações no sistema educativo, desde a reforma curricular, à formação de novos agrupamentos de escolas, à nova componente letiva dos docentes (Desp Normativo nº13-A/2012), ao Estatuto do Aluno (DL nº 51/2012, de 5 de setembro) ...

Naturalmente devemos respeitar maximamente todas as opções do ME e até podemos concordar com a sua maioria (concordo com a reforma curricular, ver em http://opiniofirma.blogspot.pt/2012/01/revisao-da-estrutura-curricular.html; concordo com os megaagrupamentos, ver em http://opiniofirma.blogspot.pt/2010/07/mega-agrupamentos.html, 2010 e http://opiniofirma.blogspot.pt/2011/03/eu-mudava-de-escola.html, 2012; revejo-me no novo Estatuto do Aluno), contudo há uma que me custa compreender e que diz respeito à constituição de turmas, uma vez que remete para o número mínimo de 26 e o máximo de 30 alunos (Despacho nº 5106-A/2012). Como compreender esta medida, se as escolas completamente novas, construídas pela parque escolar, apontam para a capacidade máxima de 28 alunos por sala de aula e sabendo nós que o número dos mais novos na população portuguesa está a diminuir? Como compreender esta medida, quando se remete para a necessidade da exigência e do rigor?

Creio que o nosso Ministro da Educação, na entrevista dada nesta semana à TVI foi muito infeliz na explicação que deu perante esta situação reportando para o que se passa em Espanha. Eventualmente, nunca ouviu dizer que "De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento"!...