sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Demitiu-se não confiável.

António Costa pediu a demissão no passado dia 7 de novembro, todavia, quem o ouve até parece que foi demitido.

Quer o ainda primeiro-ministro, quer os seus pares do Partido Socialista (PS) criticam o Presidente da República, como se este fosse o responsável pela atual crise política! Criticam ainda o Ministério Público por três lapsos identificados no processo! Mas os factos falam por si.

Estamos perante um primeiro-ministro que tinha como seu chefe de gabinete Vitor Escária, como seu melhor amigo Diogo Lacerda Machado, como ministro das infraestruturas João Galamba, todos nomeados por António Costa. Os três estão envolvidos no processo “Operação Influencer” e o próprio António Costa, também ele, é alvo de uma investigação no Supremo Tribunal de Justiça.

O homem da “palavra dada, palavra honrada” é o mesmo que defende “à justiça o que é da justiça e à política o que é da política”, mas quando lhe diz respeito dá o dito pelo não dito e pressiona a justiça. Afinal, isto não é novidade, pois aquando do caso “casa Pia”, em que outros tantos socialistas estiveram envolvidos, aconteceu o mesmo.

De qualquer modo, e para que conste, há outros factos que convém relembrar, designadamente, em quatro situações: o que António Costa fez a José Seguro, ao formar a Geringonça, ao Presidente da República no caso Galamba e o que fez ao país, pedindo a demissão por suspeita de corrupção.

Como se isto não bastasse, convém também recordar três situações deploráveis, no âmbito de governos socialistas, como foram os pedidos de demissão dos então primeiros-ministros António Guterres, em 2001, José Sócrates, em 2011, e, agora, António Costa, em 2023.

A acrescentar a tudo isto, há as três bancarrotas ocorridas durante governos socialistas, em 1977 e 1983, com Mário Soares, e em 2011, com José Sócrates, sabendo que todas resultaram em intervenções do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em suma, demitiu-se e não foi demitido, como alegadamente é sugerido, aquele que, dadas as suas próximas relações não é, obviamente, confiável.