quinta-feira, 30 de abril de 2015

Legislativas 2015: um primeiro olhar.

Apesar de admitir que chegamos ao fim da linha no que diz respeito à nossa democracia tal como está, por considerar que este sistema, na sequência da persistente mentira política, esgotou-se, considero que não nos devemos resignar. Resignado? Ainda não. Indignado? Sim.

É fundamental a motivação e o envolvimento das pessoas nos processos cívico e político. É preciso que as pessoas acreditem nos seus líderes, mas qualquer que seja terá que falar verdade aos Portugueses.

Numa primeira análise, para as legislativas de 2015, aparece-nos um quadro deveras complicado, para as opções dos Portugueses:

Por um lado, temos António Costa, nº 2 do pior primeiro ministro de Portugal pós 25 de abril, José Sócrates; presidente ausente da CML, secundado por Ferro Rodrigues, um dos rostos do caso inacabado, mas escandaloso, da pedofilia. Começou o seu mandato como líder com um único ponto na agenda dos militantes do PS: visitar Sócrates. A mim, repugna-me.

Por outro lado, temos Pedro Passo Coelho, atual primeiro ministro. Falhou nos compromissos que havia assumido e perdeu a grande oportunidade que os Portugueses lhe deram de Mudar Portugal. Acabou, decididamente, com o PSD original, pois o partido necessita de regressar à matriz social-democrata como a defendida desde a sua fundação. Neste momento, estão comprometidos os três valores fundamentais da social-democracia: a liberdade (política), a igualdade (económica), a solidariedade (social). A mim, entristece-me e perturba-me a fraqueza da palavra dada.

Enfim, estes dois, seguramente, não. São filmes já vistos e que não merecem nova visualização.

Surge também o CDS/PP, em que o “irrevogável” deixa de o ser num ápice, revelando indícios de um certo profissionalismo na arte de ludibriar. Depois, é-nos apresentada a intelectualidade frustrada do Bloco de Esquerda e a utopia ideológica do PCP, que na prática nos conduzem à governação em regimes comunistas, como na Rússia e na China.

Assim, a todos os partidos com deputados na Assembleia da República decididamente e conscientemente, digo NÃO. Já demonstraram o seu real valor. Nada que inspire a confiança dos Portugueses.

Virá D. Sebastião? Também é certo que não, mas temos que acreditar num tempo novo e viver na esperança que alguém surja para, de facto, mudar Portugal.

Resta-nos estar atentos, aguardar e utilizar a arma da democracia, que consiste em ter vigor na denúncia e acreditar na ideologia: denunciar tudo o que não siga as normas da coerência, honestidade, seriedade e carácter políticos; acreditar poder viver onde todos decidem como se fossem um todo no interesse de todos.

Deste modo, consciente do dever votar, fá-lo-ei, dado que temos deveres para podermos exigir os nossos direitos e temos direitos se cumprirmos com os nossos deveres. Considero mesmo que não nos devemos demitir de um processo eleitoral, pois se não escolhermos, estamos a permitir que outros o façam por nós, contudo, neste momento, só sei em quem não votar.

In Cardeal Saraiva, 30 de abril de 2015

domingo, 5 de abril de 2015

Leituras

Cavalgada das Valquírias de Richard Wagner, https://www.youtube.com/watch?v=L4YeApbVajs