quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Uma birra entre adultos

Dia 30 de janeiro decorrem as eleições legislativas antecipadas. Numa altura em que os números da pandemia têm atingido o máximo, no que ao número de infetados diz respeito, quis o senhor Presidente da República que os Portugueses elegessem uma nova Assembleia da República.

Por um lado, parece ser unânime o reconhecimento de que há um défice de confiança na política e nos políticos, contudo, sem que uma notória necessidade esteja ou estivesse à vista, temos eleições antecipadas. Tudo com a conivência de Sua Excelência, o atual Presidente da República e do atual primeiro-ministro. O primeiro, entenda-se o senhor Presidente, numa altitude pouco prudente, na minha modesta opinião, antecipou o cenário de que dissolveria a Assembleia da República e marcaria eleições antecipadas. O segundo, António Costa, recusou negociar com os seus parceiros habituais da geringonça, recusando qualquer cedência, que, comparando com cedências anteriores, ninguém percebe, amuou e até diz ter perdido a confiança na CDU e mostrou uma cara sisuda a Jerónimo de Sousa no debate PS / CDU ocorrido no dia 4 de janeiro na TVI.

Por outro, apela-se a uma participação massiva dos eleitores, mesmo que infetados com Covid-19, mas o atual primeiro-ministro ministro não parece interessado em dialogar. Diz ir embora se não vencer as eleições. Pede maioria absoluta para governar, esquecendo-se de que a última maioria absoluta do PS, da qual ele era o número 2, conduziu-nos à 3.a bancarrota (todas lideradas pelo PS).

Assim sendo, é caso para invocar a Laurindinha, "Ele vai (embora)! Deixai-o ir", diz a cantiga de Dulce Pontes. Resta-me apelar aos Portugueses que deixem governar quem está motivado e quer mudar este estado de sítio, com o mínimo de seriedade e de responsabilidade. Deixemo-nos de birras entre adultos! Eu voto PSD. Eu voto Rui Rio para primeiro-ministro de Portugal.

Texto publicado no dia 12 de janeiro de 2022, no jornal "Altominho"