Franclim Sousa, atual vereador da
cultura, na Câmara Municipal de Ponte de Lima, na entrevista concedida ao
jornal Cardeal Saraiva, a 12 de julho, revelou não ter sido convidado para
integrar as listas do CDS/PP, acabando por dizer que saía “magoado e
desconsiderado”, e utilizou mais do que uma vez a expressão “mãos limpas”. Face
a esta expressão, das duas, uma: ou está com a consciência pesada e tem
necessidade de afirmar que está de “mãos limpas”, para se convencer a si
próprio e aos outros; ou pretende acusar alguém que esteve próximo dele durante
os doze anos que está com as “mãos sujas”, mas não teve a coragem de o nomear.
Nessa entrevista elogia Daniel
Campelo, ligando-o ao “rigor” e critica a ação de Vítor Mendes, associando-o ao
“populismo”, contudo grande parte da população limiana refere que quem manda na
Câmara Municipal é Gaspar Martins, atual vereador responsável pelas obras e
trânsito da autarquia, que já veio a terreiro, numa entrevista ao Cardeal Saraiva,
no dia 19 de julho, revelar que aceitou o convite para continuar como número
dois na lista do CDS/PP e da autarquia. Trata-se do vereador que se ausentou da
sua residência e da Câmara Municipal e, com esta atitude, impediu a ação da
Justiça, conseguindo a prescrição e arquivamento de um processo crime em que
era réu, quando foi presidente da Comissão Política Concelhia do CDS/PP e
vice-presidente da Comissão Política Distrital do mesmo partido. Perante este
facto, de fuga à Justiça, elementos de todos os partidos políticos, com assento
na Assembleia Municipal à época, vieram a público manifestar indignação e
reprovar a atitude do já citado vereador. Trata-se do vereador que fez “vista
grossa”, na companhia dos seus colegas na vereação da autarquia limiana, à proposta
apresentada e aprovada por maioria na Assembleia Municipal de Ponte de Lima, no
início deste mandato, onde estava referido que a Câmara Municipal devia
promover estudos para a requalificação do Rio Lima e seus afluentes. Para
recordar, foi aprovada, em 19 de Dezembro de 2009, por maioria, uma proposta
apresentada pelo PSD que, no prazo de um ano, deveria apresentar estudos sobre
aquela matéria, de modo a poder gerir e obter um consenso alargado na
comunidade local sobre o projecto a implementar. Contudo, nada disto foi feito!
As obras começaram, foram entretanto embargadas, pararam, continuaram e foram
concluídas como se nada fosse. Esta postura desrespeitadora pelas tomadas de
posição numa Assembleia Municipal é grave e não beneficia o respeito pelos
valores da democracia, denotando, claramente, falta de espírito democrático. A
Câmara deu um mau exemplo quando tem por obrigação dar bom exemplo.
Vítor Gaspar, ex-ministro de estado e das finanças,
muito criticado pelo CDS-PP, saiu do governo, mas Ponte de Lima continua com o
Presidente Vítor e o Vereador Gaspar. Será um bom prenúncio? Será o melhor para
Ponte de Lima?
Texto publicado no Jornal Cardeal Saraiva, 2 de agosto de 2013