“A escola está diferente!” –
Dizem os alunos. E, de facto, assim é. Enorme foi o esforço dos senhores
diretores e dos membros das suas equipas na gestão escolar de cada Agrupamento
de Escolas. Enorme foi o esforço dos assistentes operacionais e técnicos, que,
mais uma vez, responderam à chamada convincentemente. Ouvidas que foram as
Associações de Pais e Encarregados de Educação e certamente muitos conselhos
pedagógicos, as escolas abriram de uma forma sui generis.
Por um lado, há a destacar, entre
outras, algumas das inúmeras medidas preventivas no âmbito deste tempo
excecional de pandemia para responder às novas exigências, a saber:
implementação de planos de contingência, seguindo as orientações das entidades
competentes; criação de circuitos de circulação; colocação de dispensadores de
álcool gel à entrada das escolas e em cada sala de aula; elaboração de “planta
da sala” fixas; reorganização das mesas no espaço dos polivalentes e nos
refeitórios; colocação de tapetes desinfetantes; utilização dos balneários
apenas como vestiários, antes e depois das aulas de Educação Física; e ainda a
utilização obrigatória de máscara, a higienização das mãos, a etiqueta
respiratória e o possível distanciamento físico.
Por outro lado, apesar de
alcançado o antedito, na maioria das escolas, o governo, mais uma vez,
proclamou anúncios que não concretizou defraudando as expectativas das pessoas.
Há ausência de um investimento sério na educação, há ausência dos prometidos
computadores, do aumento significativo de assistentes operacionais, de
professores de substituição, do próprio Ministro da Educação que terá preferido
vestir a camisola de Ministro do Desporto.
Em suma, perdeu-se mais uma
oportunidade de conceder às escolas alguma autonomia. Fala-se muito em
descentralização e mesmo em regionalização, mas tudo continua centralizado na
capital e até parece que cada vez são mais as plataformas digitais a preencher
pelas escolas. Fala-se muito em confiança, mas, acima de tudo, desconfia-se e
descartam-se responsabilidades.
Texto publicado no dia 10 de
setembro de 2020, no jornal ON "Odivelas Notícias" (link)
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