domingo, 11 de outubro de 2020

Ano letivo 2020/2021: arranque sui generis.

 

“A escola está diferente!” – Dizem os alunos. E, de facto, assim é. Enorme foi o esforço dos senhores diretores e dos membros das suas equipas na gestão escolar de cada Agrupamento de Escolas. Enorme foi o esforço dos assistentes operacionais e técnicos, que, mais uma vez, responderam à chamada convincentemente. Ouvidas que foram as Associações de Pais e Encarregados de Educação e certamente muitos conselhos pedagógicos, as escolas abriram de uma forma sui generis.

Por um lado, há a destacar, entre outras, algumas das inúmeras medidas preventivas no âmbito deste tempo excecional de pandemia para responder às novas exigências, a saber: implementação de planos de contingência, seguindo as orientações das entidades competentes; criação de circuitos de circulação; colocação de dispensadores de álcool gel à entrada das escolas e em cada sala de aula; elaboração de “planta da sala” fixas; reorganização das mesas no espaço dos polivalentes e nos refeitórios; colocação de tapetes desinfetantes; utilização dos balneários apenas como vestiários, antes e depois das aulas de Educação Física; e ainda a utilização obrigatória de máscara, a higienização das mãos, a etiqueta respiratória e o possível distanciamento físico.

Por outro lado, apesar de alcançado o antedito, na maioria das escolas, o governo, mais uma vez, proclamou anúncios que não concretizou defraudando as expectativas das pessoas. Há ausência de um investimento sério na educação, há ausência dos prometidos computadores, do aumento significativo de assistentes operacionais, de professores de substituição, do próprio Ministro da Educação que terá preferido vestir a camisola de Ministro do Desporto.

Em suma, perdeu-se mais uma oportunidade de conceder às escolas alguma autonomia. Fala-se muito em descentralização e mesmo em regionalização, mas tudo continua centralizado na capital e até parece que cada vez são mais as plataformas digitais a preencher pelas escolas. Fala-se muito em confiança, mas, acima de tudo, desconfia-se e descartam-se responsabilidades.  

Texto publicado no dia 10 de setembro de 2020, no jornal ON "Odivelas Notícias" (link)


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