sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Aulas à distância

No início deste ano letivo, o Ministério da Educação insistiu na exclusividade do ensino presencial, não permitindo a lecionação de aulas à distância. Neste momento, as escolas encontram-se com a suspensão das atividades letivas e educativas, de 22 de janeiro a 5 de fevereiro, não podendo lecionar à distância. Mas afinal qual é a alternativa?

Todos reconhecem que não é comparável o ensino presencial e o ensino à distância. Não há referência de que exista um professor que prefira o ensino à distância. Mas afinal qual é a alternativa?

Considerando a pertinência de nos ajustarmos a novas dinâmicas, tendo em conta a evolução pandémica, de modo a melhor podermos acompanhar os alunos, qual será melhor: lecionar à distância ou não lecionar?

Todavia, vejamos algumas contradições:

Há uns meses, as escolas eram elogiadas pelas respostas dadas aquando do seu encerramento, em março de 2020, o que implicou aulas à distância, bem como aquando da sua abertura em setembro, também pela forma como se organizaram. Entretanto, o governo não se preparou convenientemente para responder à nova chamada e, até este momento, além de ter financiado as escolas para se apetrecharem com máscaras, álcool gel e nova sinalética, apenas concedeu computadores aos alunos subsidiados do ensino secundário, sendo que os havia prometido a todos (alunos e professores) para o passado mês de setembro. Mais uma vez, não cumpriu com a palavra dada, e insiste na exclusividade do ensino presencial!

Afinal de que vale apregoar a essência da literacia digital, como uma forma de se promover uma cidadania ativa, que se quer simultaneamente informada, dinâmica e inovadora?

Será que a formação dos professores no âmbito das TIC (tecnologias da informação e da comunicação), atendendo ao seu carácter inovador e à necessidade de acompanhar novas realidades educativas, também não é capaz de dar resposta a esta emergência?

Tudo isto, de facto, é certamente ainda mais contraditório com a alegada defesa da atual flexibilidade, mas esta é, infelizmente, a realidade!

Urge dar continuidade aos processos de ensino e aprendizagem, tendo em conta todos os alunos.

Urge permitir operacionalizar o planeamento curricular de forma ajustada às atuais circunstâncias.

Texto publicado no dia 28 de janeiro de 2021, no jornal ON "Odivelas Notícias" (link)

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