sábado, 22 de junho de 2013

Orçamento Participativo (OP)

Introdução:
De modo geral, entende-se o OP como práticas que incorporam a participação popular nas discussões e decisões em torno do orçamento municipal. Tais práticas suscitaram uma série de debates sobre as possibilidades de um aprofundamento democrático nas relações entre sociedade e Estado, um novo modelo ou mesmo uma esfera pública de co-gestão dos recursos públicos.
A primeira experiência de OP surgiu em Porto Alegre (Brasil), em 1989, tendo chegado à Europa, África e Ásia. Todas as experiências divergem na sua forma de implementação e nos resultados alcançados, contudo estima-se que existam 2000 casos a nível mundial e cerca de 25 em Portugal, nomeadamente em Cascais, Lisboa, Guimarães e Aveiro.

Conceito:
O OP é "um mecanismo (ou processo) através do qual a população decide, ou contribui para a tomada de decisão sobre o destino de uma parte, ou de todos os recursos públicos disponíveis" para um dado território (Yves Cabannes,2009).
Por outras palavras, é um mecanismo de democracia participativa que permite aos cidadãos decidirem sobre a aplicação de uma parte do orçamento municipal. 
O executivo disponibiliza uma parte do orçamento de investimento e convida todos os cidadãos a identificar, debater e priorizar projectos estruturais, inseridos nas competências da CM, destinados ao bem-estar coletivo dos cidadãos do respectivo concelho.

Principais Objetivos:
. Reforçar a participação dos cidadãos na definição das políticas públicas;
. Contribuir para uma participação informada e responsável dos munícipes;
. Garantir que a participação dos munícipes nas decisões sobre os investimentos municipais represente uma correspondência real entre as verdadeiras necessidades e as naturais aspirações da população.

Desenvolvimento:
No âmbito do OP, a CM disponibilizará uma determinada quantia do seu orçamento. A título de exemplo, com o intuito de garantir a concretização de um maior número de projetos, a CM disponibilizaria 300 mil euros por iniciativa até um montante considerado conveniente disponibilizar para o efeito.
Os cidadãos poderiam participar na fase de discussão e apresentação de propostas, em sessões de participação pública, e também na fase de votação dos projetos finalistas. Estes seriam submetidos à avaliação da equipa técnica da autarquia e após a validação seriam colocados à votação do público, devendo o mais votado ser concretizado pela autarquia para dar credibilidade ao processo. Na fase de votação, os cidadãos poderiam participar presencialmente ou via Internet.

O processo de OP poderá ser organizado num ciclo anual com cinco etapas: 1. Preparação do processo; 2. Recolha de propostas; 3. Análise técnica das propostas; 4. Votação das propostas; 5. Anúncio dos resultados com a aprovação do orçamento.
Para que todas as pessoas tenham oportunidade de contribuir com propostas e de se envolver no OP, deverão ser agendadas sessões de participação em diversas localidades do concelho. Nestas sessões, como espaços de diálogo, debate e concertação, para a formulação de propostas, deverá ser garantido o debate construtivo entre cidadãos, de onde certamente emergirão propostas para a autarquia avaliar e aferir a viabilidade da sua concretização.


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