quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Importância da Formação




A Escola Pública, com o intuito de conter uma educação para todos, dado não ser possível construir desenvolvimento com analfabetos, nasceu do projecto da modernidade: a confiança na razão e na ciência para resolver os problemas da humanidade.Como consequência, sentiu-se necessidade de substituir crenças, superstições, por conhecimento racional e de realizar o ser humano como ser pensante / ser da razão, de modo a que todos possam ser cidadãos.De acordo com a Lei de Bases do Sistema Educativo, o Ensino Básico é para proporcionar a todos os portugueses uma formação comum, apesar dos conflitos, dos antagonismos, para que o convívio social seja possível. A escola deve propiciar aprendizagens que conduzam a traços comuns em termos de identidade, tendo em mente que é preciso saber respeitar a diferença.Hoje em dia, há um consenso generalizado de que é fundamental investir seriamente na educação / formação, pois a falta de qualificação da população portuguesa situa Portugal a uma grande distância dos países mais desenvolvidos.Embora se saiba que a educação, por si só, não gera empregos, é crucial ter-se consciência de que a escola e/ou os estudos são fundamentais para todos os cidadãos, por vários motivos, ou seja, ter formação é importante porque: i) abre novas perspectivas, tendo em conta a forma de pensar, de interpretar e de reflectir sobre os mais diversos assuntos que nos rodeiam; ii) permite uma melhor argumentação e um espírito crítico adequado, face às situações que se nos deparam no dia-a-dia, promovendo deste modo uma maior capacidade emocional para enfrentar a sua vida; iii) favorece o desenvolvimento pessoal e consequentes dinâmicas de participação social cívica, política e cultural, produzindo, deste modo, aquisições significativas em diversos domínios de organização da vida social; iv) contribui para a construção de modelos sociais mais coesos, onde é promovida uma maior igualdade social na aquisição de condições de bem-estar social, de qualidade de vida, de tolerância social, de maior segurança, de ambiente de inovação; v) proporciona melhores condições de integração social, nomeadamente a igualdade de género, contribuindo para a diminuição do diferencial salarial e para o acréscimo da representatividade feminina em cargos de chefia em determinados sectores de trabalho; vi) diminui significativamente o risco e duração do desemprego e faz aumentar as probabilidades de reinserção no mercado de trabalho, garantindo uma maior estabilidade profissional; vii) tem vantagens na concorrência com os outros; viii) proporciona trajectos de mobilidade ascendente, tendo em conta a empregabilidade; ix) diminui as desigualdades entre os vários países e dentro dos próprios países, favorecendo o progresso; x) proporciona uma relação positiva face aos novos desafios dos países com melhores índices de desenvolvimento.Toda a sociedade e particularmente os mais jovens devem sentir estes motivos como válidos para um futuro melhor e com mais qualidade de vida, pelo que as escolas, as famílias e a própria comunicação social têm obrigação de saber transmitir que vale a pena estudar, mesmo sabendo que para estudar é preciso ter vontade de aprender, muito esforço, paciência, serenidade e trabalho.Esta mensagem tem que ser divulgada e todos somos responsáveis por conseguir ampliá-la.


José Nuno Araújo

In Cardeal de Saraiva, 26Fev2010

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