sábado, 30 de janeiro de 2010

O Desporto em Ponte de Lima

Ex.mo Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Municipal e restantes membros da mesma
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima
Ex.mos Senhores Vereadores
Membros da Assembleia Municipal
Senhoras e senhores:

Assunto: O Desporto em Ponte de Lima(Intervenção em nome do PSD)

Todos reconhecemos que temos que contribuir para melhorar o nível de vida das populações e todos estamos certos que uma forma de ajudar é apostar na qualidade das infra-estruturas e na qualidade do acesso à prática desportiva.

Para atingirmos a qualidade necessária e desejável, entendemos levantar duas questões, tendo em conta esta matéria:
Em que medida é que as infra-estruturas do nosso concelho estão bem conseguidas?
Em que medida é que os Limianos têm acesso ao desporto?

Para abordar a temática do Desporto em Ponte de Lima, dividi esta intervenção em três partes:
1. O que temos?
2. O que falta?
3. O que devemos fazer?

O que temos?
Temos de positivo:
O Hipismo, com um belíssimo hipódromo.
O Golfe, com um campo de categoria média.
Temos de positivo desportos naúticos, com um clube náutico a quem todos reconhecem mérito.

Temos de menos positivo, no âmbito do Lazer, espaços reduzidos para os mais novos, designadamente nas novas urbanizações. Temos Ecovia, mas não temos luz pública ao longo do percurso e não temos um circuito de manutenção.

O que temos de negativo?
No âmbito da Educação, cujas responsabilidades, no 1º ciclo, são da Câmara Municipal, constatamos que numa disciplina essencial na componente do currículo, isto é, em Educação Física, houve uma redução de 135 para 90 minutos semanais nas escolas do 1º ciclo no nosso concelho e apuramos que há falta de investimento em materiais. Tudo isto acontece, quando se sabe que o investimento na actividade física reduz a obesidade e é preventiva face a outras doenças.
No âmbito da Competição, verificamos a ausência de espaços, nomeadamente no que diz respeito a piscinas, pois as que existem não servem para receber a alta competição, porque não têm as medidas necessárias (a de Ponte de Lima, por ter 2 faixas a menos; a de Freixo, por ter a menos 8 metros).
Temos vários polidesportivos e campos de jogos que se tornam “armas mortíferas” para as crianças, porque não são utilizados e porque têm materiais visivelmente degradados.
Temos vários campos de jogos pelo concelho, mas não temos nenhum com relvado natural.
Temos recintos desportivos, mas não temos balneários em muitos deles.
Em suma, temos cavalos e golfe, mas não temos locais de desporto para todos.
Então, O que falta?
Falta uma política desportiva coerente e sustentada, com uma definição dos critérios para a atribuição de subsídios que não passe exclusivamente pelo número de camadas jovens ou seniores, pelo escalão ou divisão que milita, mas que atenda também ao número de atletas do concelho, à formação do grupo técnico do clube, ao número de associados.

Falta autonomia e independência nos mais diversos clubes desportivos, pois estes, no nosso entender, devem ser o mais auto-suficientes possível e não devem estar dependentes da Câmara Municipal. Defendemos a atribuição de subsídios aos clubes com base em critérios claros e inequívocos, mas não defendemos a dependência da Câmara Municipal para a sua sobrevivência.

Falta apoio às Juntas de Freguesia, pois estas não têm verbas para a manutenção dos seus parques desportivos. Mas aqui, levantamos uma outra questão: Porque é que temos um parque em cada freguesia se não são usados?

Em suma, falta um técnico na área do desporto na Câmara Municipal, pois esta tem técnicos em muitas áreas, mas nesta, nunca teve, nem tem nenhum.

Face ao exposto, O que devemos fazer?
Numa só resposta: Apostar no desporto.
1º Argumento: promover a saúde através do desporto - é uma questão de saúde pública; evita a obesidade e doenças cardiovasculares, entre outras;
2º Argumento: investir em infra-estruturas de boa qualidade, que se tornem locais apelativos e com acesso a todos – é uma questão de economia, pois trata-se de investir primeiro para reduzir no futuro;
3º Argumento: distribuir infra-estruturas de qualidade por todos – é uma questão de igualdade de oportunidades, pelo que importa estudar a densidade populacional e a localização geográfica de modo a criar espaços com condições e com acesso viável para serem utilizados durante todas as estações do ano;
4º Argumento: criar um “Centro Desportivo” qualificado com várias valências (futebol, hóquei, andebol, voleibol, basquetebol, futsal, BTT, judo, karaté, ténis, marcha, karting, entre outros…), garantindo uma rede de transportes municipal – é uma questão de gestão e opção política; é uma questão ambiental e de economia. Por um lado, este “Centro Desportivo” proporcionará o acesso livre a todos dentro do desporto lazer e de manutenção, por outro lado, concentrará uma variada oferta de desportos de referência e competição.
5º Argumento: integrar, na Câmara Municipal, um Técnico Superior em Desporto e/ou Gestão Desportiva, atendendo não só à orientação de uma política desportiva concelhia, mas também para gerir, potenciar e projectar equipamentos, para que se consiga dinamizar um processo de desenvolvimento desportivo coerente, integrado, endógeno e sustentado.

No nosso entender, o desporto não é para inglês ver, é para limiano sentir. Consideramos que apesar do esforço por parte da Câmara Municipal, o Deporto em Ponte de Lima tem sobrevivido à custa de privados e de clubes, pelo que decidimos apresentar esta nossa proposta:
. Investir em infra-estruturas de boa qualidade de forma a contemplar todas as freguesias.
. Integrar, na Câmara Municipal, um Técnico Superior em Desporto e/ou Gestão Desportiva.
. Criar um “Centro Desportivo” qualificado com várias valências com o intuito de cativar o aumento do desporto de manutenção e lazer.

A todos muito obrigado e bem hajam.
Votos de Santo Natal e um Feliz 2009

Ponte de Lima, 20 de Dezembro de 2008
O membro da Assembleia Municipal
José Nuno Torres Magalhães Vieira de Araújo

Sem comentários: